Os limites biológicos na Odontologia Moderna
Em busca de tratamentos rápidos e efêmeros os pacientes do século 21 lotam os consultórios e clínicas odontológicas para a realização de procedimentos estéticos faciais e cosméticos dentários.
Na ânsia de resultados em curto prazo os pacientes estão sendo submetidos a situações que muitas vezes são irreversíveis e com futuro próximo sombrio.
Nada como o tempo para mostrar e nos ensinar que devemos respeitar as bases biológicas e fisiológicas naturais. Tudo aquilo que avançamos e desrespeitamos os limites biológicos, pode demorar algum tempo, porém a conta chegará impiedosamente. Já estamos presenciando isso. Resultados desastrosos e irreversíveis que condenarão nossos pacientes a conviver com problemas pelo resto da vida. Já pensaram nisso?
Na contramão dessa corrente, profissionais mais experientes e enraizados em bases biológicas comprovadas pela ciência levantam a bandeira do bom senso e da lógica.
A ortodontia com seus deleites e devaneios de um modismo doentio passa por essa reflexão. Não importa se a ferramenta utilizada for bráquete, alinhador ou mini-implante, o que importa é o diagnóstico e plano de tratamento. Não há remédio que trate todas as doenças. O que vale é o conhecimento das bases biológicas que regem o movimento dentário induzido. O dente e o osso não reconhecem que tipo de dispositivo está sendo utilizado, entretanto vão reagir frente ao dispositivo, e isso é o que importa.
Vamos manter a discussão em alto nível e deixemos de lado o ego da vaidade. Não temos que aparecer mais do que o problema se apresenta. O grau de dificuldade do caso deve ser encarado como tal e não com ironia, banalidade, soberba ou qualquer tipo de empoderamento que não seja o esforço por melhores resultados. Parece que semideuses apoitaram no planeta Terra e se apossaram de um cargo que já tem Dono! Sejamos mais humildes e façamos o nosso melhor dentro do embasamento científico e das limitações que cada caso oferece. Bráquetes autoligados, alinhadores e mini-implantes são ótimos recursos, porém cada qual com seu desempenho e limitação.
Outra questão é o desenvolvimento de softwares e aplicativos que simulam e auxiliam planejamentos baseados em informações do banco de dados gerados pela inteligência artificial. Não se iludam. Quem comanda é o profissional e não uma empresa “inteligente”.
A inteligência artificial chegou. Parece que a razão e solução de tudo também. Escolha a sua face e sorriso, também artificial. Você escolheria?
Cuidado com os “inteligentes artificiais”. A maior vítima poderá ser você.
Reflita!